O exercício físico é benéfico para qualquer pessoa. No entanto, pode-se observar, nos diabéticos, uma melhora na qualidade de vida e no controle da doença, graças à pratica de atividades físicas, além de todos os benefícios já conhecidos pela prática regular de exercícios. Foi realizado um estudo pela Universidade Federal de Campinas, que analisou o efeito da prática de exercícios em diabéticos:
“O objetivo deste trabalho foi analisar o efeito do exercício físico regular no controle glicêmico em indivíduos diabéticos tipo 2, tratados e não tratados com insulina, em pessoas da região do Vale do Itajaí, SC, com idades entre 45 e 75 anos. Foram realizados testes de glicemia jejum (GJ), hemoglobina glicosilada (HbA1) e glicemia capilar nos clientes da Unicardio/HSC e nos participantes da Associação dos Diabéticos de Blumenau (n= 33), onde estes passaram por um programa de exercício físico de 10 semanas, após as quais os participantes da amostra foram reavaliados. Foi avaliado também: perfil lipídico, pressão arterial, freqüência cardíaca de repouso e índice de massa corporal”.
Os resultados do estudo podem ser resumidos da seguinte forma:
“No presente estudo, o programa de exercício físico em indivíduos com DM2 induziu melhora nas variáveis: glicemia de jejum, HbA1, lipídios plasmáticos, freqüência cardíaca de repouso e índice de massa corporal. Os resultados obtidos para o grupo de diabéticos tipo 2, estudado após 10 semanas desse programa, estão de acordo com o esperado para o tratamento dessa doença. A glicemia de jejum isolada após o treinamento físico baixou. Isso poderia ser justificado pelo efeito benéfico do exercício, tal como a melhora da captação de glicose que se encontra aumentada durante o exercício físico, mesmo com baixos níveis insulinêmicos”.
Os gráficos abaixo mostram as melhoras nos níveis de glicose, hemoglobina glicosilada, lipídios plasmáticos e freqüência cardíaca, respectivamente.
De fato, o que acontece é que, no músculo esquelético, a glicose consegue entrar nas células graças à presença de receptores para a glicose, conhecidos como GLUT 4. Estes são dependentes de insulina, portanto só captam glicose na presença de concentrações altas desta. No diabetes, essa captação é deficiente, ou devido à ausência de insulina, no caso do diabetes tipo I, ou devido à resistência à insulina, no caso da diabetes tipo II. O exercício físico aumenta o número de GLUT’s no músculo, facilitando a captação de glicose mesmo na diabetes. Assim sendo, o exercício se torna uma maneira eficaz de minimizar os efeitos da diabetes, auxiliando no tratamento e melhorando a qualidade de vida do diabético.
Bibliografia:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27302002000500009&script=sci_arttext
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