Origem da energia muscular:
Como vimos, a contração muscular se dá graças ao acoplamento de um ATP como reagente hidrolisando-se à ADP + Pi, sendo esta reação super expontânea. Por isso é necessário constante fornecimento de ATP durante um exercício.
Há no músculo uma concentração de ATP livre que inicialmente pode vir a fornecer energia de 1 a 2 segundos de atividade muscular intensa, a partir daí é necessário buscar outros tipos de energia. A fosfocreatina presente no músculo é outra fonte de energia anaeróbica e pode fornecer energia de 6 a 8 segundos em uma atividade intensa; isso é possível pois com o aumento de [ADP] no músculo torna-se viável para a creatina quinase realizar a seguinte catalise:
Fosfocreatina + ADP + H⁺ <--------> Creatina + ATP
Por isso que hoje tornou-se comum para atletas e praticantes de atividade física tomarem creatina, pois essa nos períodos de repouso vira fosfocreatina e fica armazenada no músculo aumentando essa fonte de energia. Além disso a fosfocreatina, a grosso modo, tem um papel semelhante ao sódio, pois ele causa perturbação na pressão osmótica e "puxa" água para dentro da célula, aumentando seu volume; levando a uma hipertrofia aparente. Um possível rísco dessa vertente é o que fosfocreatina é convertida à creatinina espontaneamente em um ritmo lento, mas pode aumentar a concentração de creatinina no plasma de forma a causar danos no organismo; além de sobrecarregar o fígado, pode causar uma hipertensão, e a consequencia dessa nós já conhecemos.
Além da fosfocreatina temos a degradação de glicogênio resultando em uma glicólise, esta pode fornecer energia aeróbicamente quando o fornecimento de Oxigênio para o músculo é o bastante, e anaeróbicamente quando este forneciemento é insuficiente. O piruvato resultante pode virar lactato para a produção de mais NAD⁺, o que supriria eternamente a glicólise que produz 2 ATP's; porém essa fonte é muito pouco energética e não supre nossas necessidades por muito tempo.
E quando oferta de oxigênio é o bastante, torna-se possivel a transformação do piruvato em acetil-Coa, onde esse vai para o ciclo de Krebs o que resulta em uma produção muito maior de ATP, calcula-se que em torno de 38 ATP's. Em um exercício intenso a oferta de oxigênio não corresponde à demanda e por isso a via que se torna possível é a anaeróbia, o que não sustenta a demanda energética por muito tempo, por isso o corpo humano não resiste exercitar-se intensamente por muito tempo. Quando a via aeróbia é bem exercida, com o tempo a degradação de glicogênio é inibido pela alta concentração de citrato formado, com isso é demandado dos tecidos adiposos (nossa reserva de ácidos graxos que pela beta-oxidação viram acetil-Coa que é transportado para o músculo em forma de corpos cetônicos) uma nova fonte de energia.
Esses processos todos possuem velocidades diferentes para fornecimento de energia. A fosfocreatina é a fonte mais rápida depois do ATP livre utilizado, depois vem a glicólise anaeróbia, seguindo para a aeróbia e depois para os ácidos graxos. "É importante ressaltar que todas essas vias são solicitadas em qualquer exercício físico, o que varia é a contribuição relativa de cada sistema para o total de energia conforme a intensidade e a duração do exercício. O fornecimento de energia é portanto um processo contínuo, em que uma das fontes é acionada ates que a anterior se esgote" (Anita Marzocco)
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